Formação

MASTERCLASSE/CURSO: A DANÇA E AS NOVAS MEDIAS, HISTÓRIAS, ESTÉTICAS E A PRÁTICA COM ISADORA 4.0

OBJETIVOS DO CURSO

Iniciar os participantes na história, estéticas e práticas das relações entre dança e novos meios e na programação informática para a criação cênica, teleperformance e streaming no Isadora, visando à gestão interativa em tempo real de vídeo, som e iluminação.

ISADORA 4.0

Criar, manipular e acionar todos os meios de uma obra cênica. Cada participante adquirirá competências práticas no Isadora 4.0 para gerenciar em tempo real os meios digitais (vídeos, sons, luzes e sensores). Os participantes também estudarão as novas funcionalidades de teleperformance e web transmissão ao vivo do Isadora, permitindo que intérpretes distantes possam evoluir juntos em áudio e vídeo sincronizados na mesma imagem enquanto transmitem ao vivo o resultado em qualquer plataforma web. As formações propostas são sempre adaptadas aos participantes de acordo com suas experiências técnicas e necessidades práticas.

Cada participante terá à disposição uma licença profissional do Isadora com a duração de um mês, para explorar o software ao longo da formação e posteriormente prolongar sua prática.

ARMANDO MENICACCI

Após estudos de dança clássica e contemporânea e música clássica, obteve um mestrado em musicologia na Universidade de Roma em 1994 e um doutorado sobre as relações entre dança e tecnologias digitais na Universidade Paris 8 em 2003.

De 1999 a 2009, ensinou na Universidade Paris 8, no Fresnoy, e em outras universidades e escolas de arte na Espanha, Inglaterra, Brasil e Turquia. Entre 2015 e 2019, foi professor na UQAM, onde criou um programa em dança e novas tecnologias e foi membro cofundador do Laboratório LAVI, financiado pela FCI, dirigindo, em 2017-2018, o primeiro eixo de pesquisa do Hexagram.

Colabora também com diversos artistas como dramaturgo, videasta, compositor e programador de dispositivos interativos e, a partir de 2005, realiza e divulga suas próprias instalações interativas, criações cênicas e teleperformances, apresentadas e exibidas em diversos países.

Em 2021, com Nicolas Berzi Ph.D, criou a SIT (Scènes Interactives Technologiques), um projeto de criação de inovações tecnológicas e apoio aos artistas contemporâneos da cena, através da difusão de novas tecnologias de criação, web transmissão e teleperformances.

Inscrições para maiores de 18 anos, interessados em qualquer forma de práticas artísticas.

Serão oferecidas 10 vagas.

Dias: 20 e 21 de Julho de 2024

Horário: Das 11h às 13h e das 14h às 16h (Brasil)

Local: Zoom

Inscrições: 09/07 a 17/07
Resultados: 18/05

Em caso de dúvidas enviar e-mail para: [email protected]

Curadoria: Oscar Malta

Realização: Play Rec, Lab VídeoD, A2 Produções e Brasil de Dentro.

Incentivo: Funcultura (Fundo Pernambucano de Incentivo a Cultura), Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco), Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, Governo de Pernambuco.

Curso: "Poéticas do Sensível: corpo, estética e política”

O curso “Poéticas do sensível: corpo, estética e política” abordou estratégias de resistência aos mecanismos de adoecimento social do corpo e crise da sensibilidade. Para isso, o curso discutiu as relações entre arte, política, corpo, vida, espiritualidade e linguagem em uma perspectiva contemporânea e decolonial.

Refletiu os impactos da política do neoliberalismo no mundo da arte e, diante disso, apresentou os posicionamentos estéticos, críticos e clínicos da arte contemporânea. Em cada encontro, foi apresentado um panorama de teorias, conceitos, artistas, obras e exposições que discutiram as relações entre estética e política e que evidenciando a potência da arte ora como crítica, enquanto diagnóstico e denúncia dos sintomas do mundo neoliberal como conhecemos, tais como: a desatenção, o esquecimento, a apatia, o cansaço, a ansiedade etc.; e ora como clínica, enquanto criação e mobilização de energias vitais, que apontam para novas possibilidades de vida e novos mundos possíveis. As poéticas do sensível são experimentações que buscam a criação de outros mundos possíveis por meio da reenergização do corpo. Atualmente, a nossa época padece de uma crise da sensibilidade, no qual as existências se deparam com as energias vitais sendo sugadas e manipuladas pelos mecanismos sociais de controle e poder. Diante desse cenário catástrofe, a arte pode ser um túnel para acessar as camadas sensíveis e invisíveis de nossa existência e inciter mutações moleculares ao nível da sensibilidade.

O objetivo do curso foi promover uma reflexão acerca dos impactos do neoliberalismo no mundo da arte e na saúde mental da classe artística para, a partir disso, buscar rotas de fuga alternativas a partir da arte contemporânea. Para isso, realizamos encontros, no qual discutimos esses impactos e, diante disso, apresentamos os posicionamentos estéticos, críticos e clínicos da arte contemporânea.

Lucas Dilacerda é Curador e Crítico de Arte. É autor do livro “Pensamento alienígena: a fabulação de novos mundos possíveis”. É coordenador da CAV – Curadoria em Artes Visuais; do LAC – Laboratório de Arte Contemporânea; e do LEFA – Laboratório de Estética e Filosofia da Arte. Graduado (Licenciatura e Bacharelado) em Filosofia, com ênfase em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Especialista em Arte e Filosofia Clínica, pelo Instituto Packter; Mestre em Filosofia, com ênfase em Estética e Filosofia da Arte, pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFC; Graduação em Artes Visuais, pela Universidade Estadual do Ceará; e Mestrado em Artes, pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da UFC.

A videodança se destaca no território da arte contemporânea como um campo fértil e orgânico, essencial para a desanestesia por meio de uma prática artística implicada. Ela se alinha à necessidade de revitalização das energias vitais—humanas e mais-que-humanas—esgotadas pelos aparatos de catástrofes que permeiam o tempo cronos(i)lógico no projeto falido de Colonialidade/Modernidade. Com sua capacidade ontologicamente quimérica e a possibilidade de entrelaçar o real com o imaginado, a videodança não apenas pode desafiar os limites da “arte” eurocêntrica, mas também serve como catalisador para a percepção e experiência sensorial, contrariando o ocularcentrismo, embora, em última análise, seja um ente sensorialmente oto-ocular. Enquanto oto-ocular, ela permite um mergulho nas camadas mais profundas e frequentemente in_visíveis do nosso sensível, oferecendo uma plataforma para habitar e manifestar mundos alternativos que ressoam tanto com nossa essência mais íntima quanto pública. Portanto, pensar o corpo humano e a videodança configura-se como um campo de resistência e resgate da sensibilidade, apresentando uma fratura que oferece uma saída dos mecanismos que moldam o mundo ordenado e incita, assim, mutações (micro/macro) moleculares que reenergizam e redefinem nossa forma de sentir e estar no Mundo.”

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